Entre 2010 e 2013 ocorreram no Brasil alguns eventos
climáticos extremos e repetitivos, com colapso de secas de um lado, cheias e enchentes
do outro lado, que trouxeram muita dor, sofrimento, desespero e mortes às
populações de todas as regiões do País. Infelizmente alguns setores da Imprensa
tendem a ofuscar a realidade dos fatos e evitam contextualizar com mais
profundidade sobre as reais causas que levaram à seca do Rio Amazonas, as chuvas e deslizamentos no RJ e São Paulo em
2010. As chuvas e deslizamentos na região Serrana do Rio e no Vale do Itajaí em
SC em 2011, as inundações na Amazônia em 2012 e a seca no semiárido, nos anos
de 2012 e 2013.
Este ano, diariamente os noticiários das TVs, rádios e
jornais impressos estão destacando a seca das nascentes do Rio São Francisco, no Estado Minas Gerais e o drama das populações
dos Estados da Bahia e Pernambuco que dependem do “Velho Chico” para
sobreviver. O agravamento da crise provocada pela seca do sistema Cantareira e
a escassez de água potável no Estado de São Paulo e outros assuntos
relacionados, tem sido noticiados e debatidos de maneira tendenciosa e parcial
pela maioria dos veículos de comunicação.
Os desastres provocados por anormalidades climáticas
deveriam servir de alerta para a sociedade, a imprensa e o Poder Público. As
autoridades não podem mais esperar as tragédias se repetir para agir. O Brasil deve assumir suas responsabilidades
e se sentir obrigado investir pesado na concretização do Plano Nacional de Mudanças do Clima-PNMC que deve ser efetivado de maneira coordenada e articulada em
todo o país, no sentido de prevenir e reduzir os riscos de desastres climáticos.
O Governo deve avançar também em medidas adaptativas preparando a população para
conviver com novas realidades de mudanças do clima.
Aspecto do Bioma Cerrado preservado dentro da Terra Indígena Apinajé, no município de Cachoeirinha, Norte de Tocantins. (foto: Antonio Veríssimo. Outubro de 2011) |
O combate sem trégua ao desmatamento, a grilagem de terras, a
exploração ilegal de madeiras, e a prevenção aos incêndios florestais em todos
os biomas, deve ser política de Estado e prioridade de Governo, para
enfrentamento às Mudanças Climáticas. Como parte do ”dever de casa”, as populações
urbanas e rurais, também podem cuidar proteger e recuperar, as pequenas
nascentes, os mananciais hídricos e outras áreas degradadas, e isso devem ser
responsabilidade coletiva dos pequenos proprietários, das grandes empresas e do
Poder Público. A coleta seletiva do lixo, a correta destinação dos resíduos
sólidos e o tratamento de esgotos, antes de ser jogado nos rios, também é parte
da solução para os problemas ambientais “inventados” por uma sociedade que
precisa urgentemente se corrigir, se reeducar
e mudar de postura, em relação ao nosso Meio Ambiente.
Diante das ameaças de Desastres Climáticos e outras implicações que envolvem a irresponsabilidade social e ambiental das empresas, a falta de seriedade e compromissos por parte dos Governos e a desinformação da sociedade, resta nos saber se a União, os Estados e os Municípios estão ao menos adotando algum Plano de Gestão de Riscos e Respostas a Desastres Naturais necessárias para evitar que eventuais calamidades continuem atingindo as populações mais empobrecidas e vulneráveis do país, e causando mais perdas de vidas humanas, doenças, escassez de alimentos, falta de água e prejuízos econômicos. Entre janeiro e abril é a época das chuvas mais intensas na maior parte do Brasil, será que estamos preparados para recebê-las?
Diante das ameaças de Desastres Climáticos e outras implicações que envolvem a irresponsabilidade social e ambiental das empresas, a falta de seriedade e compromissos por parte dos Governos e a desinformação da sociedade, resta nos saber se a União, os Estados e os Municípios estão ao menos adotando algum Plano de Gestão de Riscos e Respostas a Desastres Naturais necessárias para evitar que eventuais calamidades continuem atingindo as populações mais empobrecidas e vulneráveis do país, e causando mais perdas de vidas humanas, doenças, escassez de alimentos, falta de água e prejuízos econômicos. Entre janeiro e abril é a época das chuvas mais intensas na maior parte do Brasil, será que estamos preparados para recebê-las?
Terra Indígena Apinajé, 10 de novembro de 2014.
Associação União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ.
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