22 de dez. de 2019

AGROECOLOGIA


Durante o II Encontro e Troca de Sementes lideranças Apinajé, debateram aspectos do passado, do presente e o futuro das sementes tradicionais para a produção orgânica e a agroecologia


O II Encontro aconteceu na comunidade (indígena) Aldeinha, na zona rural do município de Tocantinópolis. Este II Encontro e Troca de Sementes foi realizado com apoio das Prefeituras de Maurilândia, São Bento do Tocantins, FUNAI e Associação Pempxà. Ao menos 60 lideranças indígenas participaram desse Encontro, que contou ainda com participação de alunos e Professores da UFT Campus de Tocantinópolis, além da FUNAI/CTL, representada por João Batista da Silva Filho e Patrícia Moojen.

Os líderes debateram a importância das sementes crioulas para plantio e manutenção das roças tradicionais. Especialmente as mulheres Apinajé manifestaram muita preocupação com as perdas das sementes tradicionais que eram usadas antigamente pelos avós. Apesar dessas perdas, “ainda existem algumas variedades que guardamos e conservamos de geração em geração” afirmou Valdeci Dias Apinajé, líder da aldeia Cipozal.

Foram apresentadas pelos participantes diversas espécies e variedades de sementes de feijão, abobora, quiabo, maxixe, melancia, milho, fava, arroz, gergelim, caju e outras. As lideranças reconheceram que nesse período muitas sementes já foram plantadas, mesmo assim trouxeram algumas sementes para fazer a troca com outros parentes. Creusa Fernandes Apinajé, da aldeia Irepxi, comentou sobre a importância desse Encontro para melhorar, fortalecer e diversificar nossas roças: “na minha roça sempre planto diversas variedades de inhames, batatas, mandiocas, macaxeira, e quero conseguir outras espécies”.

Os participantes debateram o monopólio das grandes empresas que se apropriaram e passaram a dominar e controlar o mercado de sementes, nos obrigando compra sementes todos os anos, pois essas sementes adquiridas no mercado não servem pra plantar no ano seguinte. “Tudo é pensado pra escravizar os pequenos, e deixar nos cada vez mais dependentes do mercado de sementes transgênicas, dos adubos químicos e agrotóxicos”. Afirmou Antonio Veríssimo, líder (representante) da aldeia Cocalinho.

Os líderes elogiaram e comentaram a importância da ‘Casa de Sementes’ que está sendo implantada na aldeia Cocalinho com a finalidade de fazer coleta, seleção, guarda e conservação das sementes tradicionais (crioulas). As sementes de espécies nativas do Cerrado também serão coletadas, catalogadas e conservadas nesta ‘Casa de Sementes’ que está sendo construída na aldeia Cocalinho. A conclusão do Projeto está previsto para final de janeiro de 2020.

Os participantes avaliaram como positivo e afirmativo esses Encontros para conversas, troca de sementes e experiências. Doravante outros Encontros como esse serão organizados e realizados nas aldeias pra debater a situação e guarda das sementes, produção de orgânicos e a agroecologia. Os lideranças sugeriram para os próximos Encontros que sejam convidados representantes de povos indígenas, quilombolas e camponeses da região. Ainda destacaram a importância de ouvir as histórias, (mitos) e narrativas sobre as sementes contadas pelos anciãos e mais idosos do povo Apinajé.  

Terra Indígena Apinajé, 22 de dezembro de 2019

Associação União das Aldeias Apinajé-Pempxà 

2 comentários:

  1. Você se interessa pela Agroecologia e até estuda esse tema, mas se depara com 3 grandes dúvidas:

    1ª) Por onde Começar??
    2ª) Falta de qualificação que te dê segurança para Começar e a
    3ª) Como incorporar a Agroecologia no meu trabalho do dia-a-dia??

    Acesse o link e faça o melhor curso online de AGROECOLOGIA: http://mon.net.br/lb9zn

    ResponderExcluir
  2. A Agroecologia já é a atividade mais importante, do mundo. A produção e consumo de produtos orgânicos já tem milhares de praticantes e simpatizantes no mundo inteiro. falta mais divulgação, informações e apoio.

    ResponderExcluir