PUC-GO DEBATE ETNOARQUEOLOGIA E TERRITÓRIOS INDÍGENAS
Professores, estudantes e pesquisadores durante visita ao Memorial do Cerrado. (foto: Antônio Veríssimo. Abr. 2014) |
Todos
os anos, antes ou depois do dia 19 de abril, data em que é comemorado o “dia do
índio”, são realizados em todo o Brasil eventos para se discutir e debater a
questão indígena. Na Semana dos Povos
Indígena de 2014, a Pontifícia
Universidade Católica de Goiás, realizou a IV Jornada de Arqueologia no Cerrado, aonde se tratou do tema: Etnoarqueologia e Territórios Indígenas.
No período de 19 a 25 de abril de 2014, na PUC em Goiânia-GO foram realizadas
palestras, mesas redondas, apresentações de trabalhos, exposições e amostras de
filmes etnográficos. Professores, alunos, jornalistas, representantes de
Instituições Públicas, de ONGs e lideranças indígenas participaram das
atividades.
Os palestrantes abordaram a questão
da Territorialidade Indígena, debatendo como os Arqueólogos e Antropólogos podem
atuar e ajudar mediar os conflitos envolvendo os múltiplos interesses de grupos
políticos e econômicos que estão ameaçando e violando o Direito a Vida, a Territorialidade e a Espiritualidade das
populações indígenas do Brasil.
Drª. Marlene C. Ossami de Moura,
Professora da PUC Goiás e Coordenadora
do IGPA-Instituto Goiano de Pré-História
e Antropologia, declarou que a demarcação e a garantia dos territórios
indígenas são necessárias e que o governo brasileiro deve cumprir o que
determina a Constituição Federal e
os acordos internacionais que o Brasil é signatário. Por sua vez, o Dr. Jorge
Eremites de Oliveira da UFPel) abordou a situação de violência e o genocídio
imposto pelo agronegócio contra a vida e existência do povo Guarani Kaiowá no Estado
do Mato Grosso do Sul. Ainda na noite do dia 23/04, as professoras Maria dos
Reis Pãxre Apinajé e Maria do Socorro Dias Achure Karajá expuseram trabalhos sobre
a vida e a cultura de seus povos.
No ITS-Instituto do Trópico Subúmido, professores, estudantes conhecem a réplica de uma aldeia Timbira. (foto: Antônio Veríssimo. 2014) |
Em
25/04/14, no período manhã professores, alunos e pesquisadores visitaram o Memorial
do Cerrado e conheceram o ITS -Instituto
do Trópico Subúmido, no local aconteceu palestra que debateu a Cosmociência, Territorialidade e Educação.
O Dr. Altair Sales Barbosa da PUC-GO, que também é fundador do ITS -Instituto do
Trópico Subúmido, ressaltou a importância dessa instituição para a ciência, a
pesquisa e a preservação do Bioma Cerrado em todas as suas dimensões. A Drª. Rosangela Tugny da UFMG ponderou no
sentido do respeito e valorização dos conhecimentos indígenas e sugeriu que é preciso
dar aos Mestres dos Saberes Indígenas, a
importância e o reconhecimento que
merecem, para que o Brasil seja de fato uma nação pluriétnica.
O cacique Dodanin Piken Krahô da aldeia Manuel
Alves, que é formado em Licenciatura Intercultural Indígena, explicou que na
aldeia a Escola Indígena é livre e se aprende fazendo. As crianças desde
pequenas aprendem com os pais e mães. Para povo Krahô a escola também acontece
no pátio, na roça e em casa. “Os anciãos
são bibliotecas vivas, quando precisamos
pesquisar é só ir lá e perguntar”. Disse o cacique Krahô.
Na
noite desta sexta-feira, acontecerá o encerramento das atividades com animado
Show do Grupo de Rap Guarani Kaiowa Bró MC’s do Mato Grasso do Sul.
Goiânia (GO), 25 de abril de 2014.
Associação
União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ.