16 de out. de 2017

MOBILIZAÇÃO INDÍGENA


Líderes indígenas pedem o fim do “genocídio” dos indígenas isolados

O xamã Yanomami Davi Kopenawa, que assinou a carta aberta alertando de um genocídio ocorrendo no país.
O xamã Yanomami Davi Kopenawa, que assinou a carta aberta alertando de um genocídio ocorrendo no país.
© Fiona Watson/Survival
Três líderes indígenas eminentes denunciaram o ataque conjunto do governo contra os direitos indígenas como “genocida.”
Davi Kopenawa Yanomami, xamã e líder da tribo dos Yanomami em Roraima, Raoni Metuktire, líder Kayapó, e Sonia Bone Guajajara, ativista e líder Guajajara, publicaram uma carta aberta.
Na carta, eles dizem: “Um genocídio está acontecendo em nosso país, o Brasil.
“O governo está nos destruindo, os povos indígenas, primeiros povos do nosso país. Em nome de lucro e poder, as nossas terras estão sendo roubadas, as nossas florestas queimadas, os nossos rios poluídos e as nossas comunidades devastadas. Os nossos parentes isolados, que vivem no interior da floresta, estão sendo atacados e mortos.
“O governo está retirando a proteção das nossas terras, está mudando as leis para permitir a expansão do agronegócio e da mineração e está tentando silenciar a nossa oposição. Este é o ataque mais agressivo que enfrentamos até hoje em nossas vidas.
“Mas não seremos silenciados. Não queremos que as riquezas de nossas terras sejam roubadas e vendidas. Pois seguimos cuidando de nossas terras desde tempos imemoriais. Protegemos a nossa floresta porque ela nos dá vida.
“Nós, os irmãos e irmãs indígenas de mais de 200 povos diferentes, estamos nos juntando para protestar. Do coração da floresta Amazônica, estamos implorando pela sua ajuda. Neste momento de crise, precisamos de vocês. Por favor, digam ao governo que a nossa terra não pode ser roubada.”
Raoni Metuktire, o famoso líder e ativista Kayapó, que luta pelos direitos indígenas e contra a hidrelétrica de Belo Monte na Amazônia.
Raoni Metuktire, o famoso líder e ativista Kayapó, que luta pelos direitos indígenas e contra a hidrelétrica de Belo Monte na Amazônia.
© Antonio Bonsorte/Amazon Watch
A carta foi escrita em resposta às crescentes preocupações sobre os laços estreitos do governo Temer com a poderosa bancada ruralista, notoriamente anti-indígena.
Especialistas afirmam que a atitude do governo atual frente aos povos indígenas é “a pior em décadas.” As tribos isoladas são os povos mais vulneráveis do planeta, mas onde seus direitos territoriais são respeitados, elas continuam a prosperar.
FUNAI, cujos sertanistas patrulham e protegem os territórios indígenas, teve seu orçamento severamente reduzido. Isso está deixando muitos povos isolados expostos fatalmente à violência de forasteiros e doenças como a gripe e o sarampo, às quais não têm resistência.
Além disso, houve um grave aumento na violência contra indígenas por pessoas que querem roubar suas terras e recursos. Em agosto, cerca de 10 indígenas isolados foram supostamente massacrados no Vale do Javari. Em maio, fazendeiros atacaram um grupo de indígenas Gamela com facões e vinte e dois índios ficaram feridos.
Sonia Guajajara, uma ativista indígena proeminente, em um protesto em Paris em 2014.
Sonia Guajajara, uma ativista indígena proeminente, em um protesto em Paris em 2014.
© Survival International
Os indígenas isolados não são atrasados ou relíquias primitivas de um passado remoto. Eles são nossos contemporâneos e parte vital da diversidade humana.
O diretor da Survival International, Stephen Corry, disse: “O governo brasileiro está realizando uma campanha estruturada para enfraquecer os direitos indígenas, e está deliberadamente deixando territórios de tribos isoladas abertos a invasões. O que está ocorrendo no Brasil é uma crise humanitária urgente e terrível, e precisamos do máximo possível de pessoas para deixar claro às autoridades que essa perseguição tem que acabar.”

9 de out. de 2017

EDITAL PUBLICITÁRIO


EDITAL PUBLICITÁRIO

Pelo presente Edital em conformidade ao Art.22º alínea “b” do estatuto que rege a Associação, fica proclamada o resultado da eleição da nova diretoria da Associação União das Aldeias Apinajé-Pempxà realizada em 22 de setembro de 2017 às 09h05min em sua sede, localizado na Aldeia Irepxi, T.I. Apinajé, Zona Rural, Tocantinópolis-TO e inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica sob o nº CNPJ: 10.677.389/0001-68.

COMPOSIÇÃO DA NOVA DIRETORIA PARA O EXERCÍCIO DE 2017/2020:

Presidente: Luís Dias Sousa Apinagé, CPF: 030.175.881-6 e RG: 997.557 SSP- TO;
Vice-presidente: Edvaldo Ribeiro Apinagé CPF: 030.322.911-00 e RG:  104.6118 SSP-TO;
1º Tesoureiro: Ercílio Rocha Dias Apinagé, CPF: 051.724.071-89 e RG: 1.128.604 SSP-TO;
2º Tesoureiro: Rafael Rodrigues Sousa Apinagé,CPF:030.173.411-94 e RG:0296475120053 SSP-MA;
1ª Secretária: Maria Aparecida Pereira da Silva CPF: 005.485.011-81 e RG: 334-247 SSP-TO;
2º Secretário: Antônio Veríssimo da Conceição, CPF: 253.485.902-15 e RG: 695.966 SSP-TO.

CONSELHO FISCAL:

José Ribeiro da Silva CPF: 894418771-15
José Kunduka Ribeiro Corredor CPF: 041.629.841-90
Euclides Pereira Ribeiro, CPF: 003.592.101-39.


Aldeia Irepxi, T.I. Apinajé, 26 de Setembro de 2017


Maria Aparecida Pereira da Silva
1ª Secretária da Associação Pempxà

4 de out. de 2017

RELATÓRIO DE VIOLÊNCIA 2016


Cimi lança nesta quinta-feira relatório que sistematiza diversos tipos de violência e violações de direitos praticadas contra os povos indígenas no Brasil em 2016


Brasília (DF) – 3 de outubro de 2017 – As disputas políticas e o recrudescimento da ofensiva sobre os direitos indígenas em 2016 refletiram-se em graves ações de violência e violações em aldeias em todo o país. Esta é uma das constatações do Relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – Dados 2016, uma publicação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) que será lançado nesta quinta-feira, 5 de outubro, às 14h30, na nova sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília.
Chama atenção novamente neste Relatório a quantidade de casos de suicídio, assassinato, mortalidade na infância e de invasões e exploração ilegal de bens comuns, principalmente madeira. O desrespeito do Estado ao direito dos indígenas de viverem nas suas terras ancestrais é um dos focos centrais da publicação, que traz um resumo da situação geral das terras indígenas no Brasil, atualizado no dia 25 de setembro de 2017. Uma extensa tabela que apresenta os 836 territórios não demarcados, divididos por estado, e a situação de cada um deles no procedimento demarcatório é um dos destaques desta publicação.
Os dados do Relatório abrangem diferentes tipos de violência e violações, como conflitos relativos a direitos territoriais, ameaça de morte e desassistência nas áreas de saúde e educação, dentre outros. As informações sobre assassinatos também poderão ser visualizadas no mapa digital da plataforma Caci - Cartografia de Ataques Contra Indígenas, mapeadas de acordo com o município e a terra indígena em que ocorreram.



Estarão presentes no evento cerca de quarenta indígenas dos estados do Maranhão, dos povos Apanikrã Kanela, Krepun, Memortumré Kanela, Krenyê e Gavião, e de Roraima, Macuxi e Wapichana. Dom Roque Palosci, presidente do Cimi e arcebispo de Porto Velho, Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, Cleber Buzatto, secretário executivo do Cimi, e Roberto Liebgotti, coordenador do Cimi Regional Sul e um dos responsáveis pela elaboração do relatório, irão compor a mesa de debates no evento.



Cabe ressaltar que, oportunamente, o lançamento será realizado no aniversário de 29 anos da promulgação da Constituição Federal. Desse modo pretende-se explicitar, além do desrespeito aos direitos originários dos indígenas estabelecidos pela Carta Magna, a inconstitucionalidade do “marco temporal”. Esta tese político-jurídica restringe o alcance do direito à demarcação das terras indígenas, já que vincula este direito à presença física, e não tradicional, das comunidades nos seus territórios ao dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.


Serviço


O quê: Lançamento do Relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – Dados 2016
Quando: 5 de outubro (quinta-feira), às 14h30
Onde: Sede nova da CNBB – SGAN, Bloco C (em frente ao autódromo)


Outras informações: Assessoria de Comunicação do Cimi
Guilherme Cavalli: 61 99979-7059, Patrícia Bonilha: 61 99662-1177 e Tiago Miotto: 61 99686-6205