Abertura da II Assembleia dos Povos Indígenasdo Tocantins e Goiás
Abertura da II Assembleia dos Povos Indígenas de Goiás e Tocantins. (foto: Laila Menezes/CIMI. 2013) |
Tudo
muito lindo. Alguns pintando os corpos, outros construindo os barracos
ou circulando no pátio da grande aldeia no Campus da UFT em Palmas (TO). Muitos povos
irmanados, sonhos somados, lutas fortalecidas! São quase 500
representantes dos povos Xerente, Krahô, Apinajé, Krahô Kanela,
Karajá Xambioá, Karajá da Ilha do Bananal, Javaé, Avá
Canoeiro, Guarani, Tapuia, Canela do Tocantins.
Os
povos indígenas desta região tem uma longa tradição de luta por
seus territórios e direitos, de resistência. Já na década de 70
enfrentaram os invasores de suas terras e nas décadas seguintes
tiveram que lutar contra as invasões das hidrelétricas, estradas,
hidrovias e o latifúndio. Nos últimos anos, através dos processos
intensivos de formação política e participação de
mobilizações locais, regionais e nacionais, construíram processos
de articulação, solidariedade com as lutas dos povos indígenas em
nível nacional. As assembleias indígenas passaram a ser um desses
espaços de articulação das lutas, de traçar estratégias comuns e
animar a esperança e solidariedade.
Depoimentos das lideranças do povo Xerente, hoje pela manhã. (foto:
Antônio Veríssimo. 2013)
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Na
conversa com a deputada federal Dorinha, Izabel Xerente foi dura ao
denunciar a permanente perturbação em que vivem por causa dos
brancos, por causa dos pistoleiros que estão assassinando os índios.
Concluiu sua fala enérgica dizendo “Eu não tenho medo de morrer.
Posso morrer encima dos meus direitos”.
Conforme
AntônioApinajé “vivemos em estado de apreensão, submetidos e
ameaçados por uma campanha muito forte, contra nossos direitos e
nossa esperança. Estamos sendo constantemente bombardeados por
medidas que visam tirar nossos direitos”
Antônio Apinajé
coordenou a mesa de abertura da II Assembleia, da qual participaram
lideranças dos povos indígenas, representantes da Universidade
Federal e do Ministério Público e D. Tomás, como um dos
fundadores do Cimi e D. Pedro, arcebispo de Palmas.
Com
essa pergunta Gercília Krahô disse querer dar um recado pro
governo, pois os indígenas bem como os ribeirinhos, camponeses e
outros estão muito tristes com o que o governo vem fazendo. “Nós
somos o filhos da terra. Queremos que o governo nos respeite. Somos
impactados. Não quero que esses grandes projetos vá adiante. Estão
querendo matar nosso povo com veneno”.
Dom
Tomás,falou com muito vigor, a partir de sua longa história de
luta, com seus mais de 90 anos “A situação dos povos indígenas
nunca esteve tão ruim. O governo está contra vocês. Em tempos
passados os índios eram caçados. Hoje matam retirando a terra. Isso
fazem na lei, retirando os direitos da Constituição. Acho que a
única força para conter essa política de morte, é a união de
vocês. Vocês como protagonistas, são a única possibilidade de
solução. Os poderosos tem medo dos povos indígenas. Vocês não
podem perder a oportunidade de se unir cada vez mais. O que faz
tremer é a força de vocês. Vocês são a solução, a alma do
nosso povo”.
Egon Heck
Associação União das aldeias Apinajé-PEMPXÀ
CIMI-GO/TO
Associação União das aldeias Apinajé-PEMPXÀ
CIMI-GO/TO
Palmas(TO), 21 de maio 2013
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