Povos Indígenas, em parceria com movimentos sociais do Estado de Tocantins se mobilizam por garantias de direitos
Neste mês de
abril de 2018, estão acontecendo mobilizações indígenas em todo o Brasil. Neste período as demais organizações da
sociedade civil organizada do campo e das cidades também estão mobilizadas por garantias de políticas públicas de saúde, educação, territórios, meio ambiente e outros, num contexto de retrocessos políticos e ameças aos direitos civis da população brasileira.
Essas
mobilizações fazem parte das atividades da Semana dos Povos Indígenas 2018, promovidas
pelo Conselho Indigenista Missionário-CIMI, que esse ano debate o Tema: "Justiça,
Terra e Paz para os Povos Indígenas". No Estado de Tocantins estão
acontecendo na cidade de Palmas Seminários, atos públicos, palestras e
manifestações indígenas no MPF, Universidades, Escolas e locais públicos. Estão
mobilizados neste período representantes dos povos Apinajé, Krahô, Xerente e
Carajá, junto com organizações da sociedade civil.
Na manhã de
13/04/18, aconteceu audiência no MPF-TO em Palmas, com representantes do
Distrito Sanitário Especial Indígena do Tocantins - DSEI-TO, que tratou do
atendimento à saúde indígena dos povos do Estado do Tocantins. As lideranças
denunciaram as demoras e morosidade no atendimento, especialmente
encaminhamentos para realizações de consultas e exames médicos especializados.
Os lideranças relataram que muitos indígenas estão morrendo de doenças
cardíacas, renais e respiratórias por falta de tratamento preventivo,
negligencias e demoras no atendimento.
Audiência na PR/MPF-TO, em Palmas, debate questão das terras indígenas. (foto: Antonio Veríssimo. Abril 2018) |
No período da
tarde do dia 13/04, o MPF-TO promoveu audiência com representantes do IBAMA,
NATURATINS, FUNAI e lideranças indígenas sobre a fiscalização, proteção e
demarcação das terras indígenas. Nesta reunião os representantes indígenas
denunciaram as invasões das terras, os desmatamentos, poluição das águas e
roubo de recursos naturais. As lideranças culparam o alinhamento do governo de
Michel Temer com ruralistas, como principal causa do sistemático abandono e sucateamento
da FUNAI. As lideranças questionaram ainda o procedimento de licenciamento dos
empreendimentos que afetam terras indígenas, conduzido pelo
NATURATINS, sem a efetiva participação da FUNAI, IBAMA e MPF, e reclamaram que também
não estão sendo ouvidos e nem consultados nos processos. As autoridades também
foram cobradas sobre a situação das estradas e pontes de acesso às aldeias.
Um Seminário
à noite realizado na Universidade Católica em Palmas, teve importante presença
de acadêmicos, professores, representantes de movimentos sociais, missionários,
ativistas, ambientalistas, políticos, além dos povos indígenas. Neste evento na Católica destacou-se a
importância das iniciativas locais e lutas coletivas em defesa de nossa Casa Comum,
ameaçada pela ganancia e inconsciência de alguns. Noeli Maria Stürmer da
Associação Água Doce, apresentou a luta da sociedade civil organizada da cidade
de Palmas e entorno, em defesa do rio Taquaruçu Grande, que abastece a
população de Palmas, cujas nascentes estão sendo destruídas pela ação irresponsável do
desmatamento para plantio de soja.
Plenária do Seminário que debateu a questão dos agrotóxicos. (foto: Antonio Veríssimo. Abril de 2018) |
Os Impactos
do Agrotóxicos na Saúde Humana, foi assunto debatido no
Seminário realizado no dia 14/04 no Colégio Marista. O professor Jackson
Rogério Barbosa da UFMT, apresentou dados e esclarecimentos importantes sobre as
graves doenças e transtornos que os agrotóxicos estão causando na vida das
pessoas e nos demais seres vivos; animais e vegetais. Alertou que os Agentes de
Saúde e Médicos no Brasil não estão preparados para analisar essas doenças. O
prof. Jackson, que é estudioso e pesquisador do assunto afirmou que os
agrotóxicos provocam câncer, aborto e má formação de fetos. Lembrou que o Mato
Grosso, considerado a capital do agronegócio brasileiro, é o maior consumidor
de agrotóxico do Brasil, e que no estado do MT, a água, o ar, o solo, os rios, os
peixes, os alimentos e as pessoas estão contaminados por agrotóxicos.
Durante os
debates o prof. Jackson foi indagado em vários momentos pelos participantes que
queriam saber mais sobre os agrotóxicos. No caso do Estado do Tocantins, declarou que o “projeto MATOPIBA é uma estratégia para acabar a última área de Cerrado
do Brasil”. Que os povos indígenas, camponeses, quebradeiras de coco,
quilombolas e populações urbanas devem se mobilizar para impedir que o
Tocantins seja transformado em um (outro) Mato Grosso.
O
encerramento aconteceu no final do dia e início da noite de 14/04, com um Sarau no Parque
dos Povos Indígenas na cidade de Palmas, aonde tivemos danças tradicionais dos
indígenas, poesias, músicas e outras manifestações políticas em defesa das
nascentes do rio Taguaruçu Grande e demais rios da bacia hidrográfica Tocantins/Araguaia.
As atividades da Semana dos Povos Indígenas 2018 continuarão a partir de amanhã
16/04, com atos em Goiânia, Brasília, Palmas e demais cidades do país.
Palmas-TO, 15 de abril de 2018
Associação União das Aldeias Apinajé-Pempxà
Por favor você podem me ajudar nesse pedido ou indicar com quem eu possa falar?
ResponderExcluirColaboro na produção de um livro didático de Ciências e os autores gostariam de publicar um trecho uma imagem do povo Apinayé.
Por favor vocês podem me informar quais são os procedimentos para adquirir a imagem em alta resolução e autorização?
Meu email marciasato1000@gmail.com Obrigada
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