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27 de mai. de 2024
9 de mai. de 2024
AUDIÊNCIA PÚBLICA
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL REALIZOU AUDIÊNCIA PÚBLICA EM TOCANTINÓPOLIS, PARA DEBATER SITUAÇÃO DAS ESTRADAS VICINAIS E ICMS-ECOLÓGICO NO TERRITÓRIO APINAJÉ
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Audiência Pública no Auditório do MPE-TO em Tocantinópolis. (foto: Antonio Veríssimo. Maio de 2024) |
A Audiência Pública
foi convocada pelo chefe do Ministério Público Federal em Tocantins, Dr. Álvaro
Lutufo Manzano, a pedido da organização do povo Apinajé, e contou com presenças
e participações dos Prefeitos de Tocantinópolis, Maurilandia, São Bento do
Tocantins e do secretário do Meio Ambiente do município de Cachoeirinha. Ainda
tivemos as presenças de representantes da Agencia Tocantinense de Transportes e
Obras – AGETO, do Instituto Natureza do Tocantins-NATURATINS, da Promotoria de
Justiça de Tocantinópolis, da Fundação Nacional do Índio-FUNAI, dos membros da
Associação União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ, da Associação das Comunidades
Timbira de Maranhão e Tocantins – WYTY CATË e dos caciques, lideranças e representantes
das aldeias Apinajé.
OS RELATOS
DOS PROBLEMAS
Os caciques e representantes da comunidade Apinajé, relataram a situação difícil das estradas vicinais aos Prefeitos e pediram soluções urgentes e medidas emergenciais, considerando que a execução de políticas de educação, saúde e meio ambiente estão sendo prejudicadas em razão das péssimas condições das estradas vicinais e pontes. Os caciques reclamaram que as vezes as crianças deixam de frequentar aulas porque não existem estradas para circulação do Transporte Escolar; e que esse problema ocorre todos os anos. As visitas da Equipe Multidisciplinar de Saúde também ficam prejudicadas.
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Equipe Multidisciplinar do PBI de Tocantinópolis, faz atendimento na aldeia Cocalinho. (foto: arquivo PEMPXÀ, maio de 2024) |
E como já
era esperado ouvimos dos Prefeitos, a narrativa da falta de dinheiro como
justificativas para abandonar e deixarem de fazer manutenção nas estradas. O Prefeito
de Tocantinópolis, Paulo Gomes lembrou que existem mais de 60 aldeias, e alegou
“dificuldades” financeira e logística para garantir a manutenção de tantas
estradas vicinais. Paulo Anderson Prefeito de São Bento do Tocantins, também na
mesma linha citou as dificuldades e falta de recursos, afirmando que “é preciso
chamar a União para ajudar na manutenção das estradas da área indígena”.
É claro que
existem dificuldades financeiras, mais percebemos também que existem falta de vontade
política e desinteresse dos Prefeitos com relação essas políticas públicas para
as aldeias. Entendemos tratar se de ausência de planejamento orçamentário e a
falta de compromisso com as comunidades indígenas que fazem parte dos municípios.
Fica claro que alguns Prefeitos só enxergam os indígenas no período eleitoral?
Todas as
vezes que estamos reivindicando a melhorias das estradas vicinais, os Prefeitos
sempre tocam no assunto da pavimentação da Rodovia TO 126, que corta a terra
indígena num percurso de aproximadamente 35 km entre os municípios de
Tocantinópolis e Maurilandia do Tocantins. Assim fica evidente que existem
interesses de grupos políticos e empresariais de Tocantinópolis e região de pavimentar
essa Rodovia de qualquer jeito sem o cumprimento das leis e o devido Processo
legal. Em sua fala o representante do Ministério Público Federal - MPF alertou
que os procedimentos de consultas e os Estudos de Impactos Ambiental sobre a
obra devem ser realizados pelo empreendedor; neste caso o governo do Estado do
Tocantins.
PROPOSTAS
PARA MELHORAR
A proposta de fazer a manutenção da (antiga transamazônica) Rodovia BR 230, foi bem aceita pelos caciques já que essa rodovia servem a muitas aldeias e dar acesso às cidades de Tocantinópolis, Nazaré, Luzinópolis, Cachoeirinha, São Bento do Tocantins e Araguatins. O mesmo proposta é válida também para rodovia TO 126 que permite acessar as cidades de Tocantinópolis, Maurilandia, Itaguatins, Augustinópolis e São Bento do Tocantins. Devido as dificuldades orçamentárias apresentadas pelos Prefeitos, para execução dos serviços de conservação das estradas vicinais, a sugestão de formação de um Consórcio pelas quatro Prefeituras seria a saída mais recomendada, para somarem e unirem esforços e resolverem o problema juntas.
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Trecho desativado da Rodovia BR 230 entre as aldeias Palmeiras e Cocalinho, no município de Cachoeirinha. (foto: arquivo Pempxà. 2023) |
Dessa forma
ficou marcada para próxima segunda-feira, 13/05/2024, Reunião presencial e (possivelmente)
no modo online em Palmas -TO, com presenças de representantes do MPF-TO, AGETO,
FUNAI e lideranças Apinajé, com tratativas sobre a participação da Agência
Tocantinense de Transportes e Obras – AGETO, nessa parceria com Prefeituras para
recuperação das rodovias (antiga transamazônica) BR 230 e TO 126, e manutenção
das estradas vicinais de acesso às aldeias localizadas no eixo de cada rodovia.
ICMS ECOLÓGICO
As conversas
sobre a questão do ICMS - Ecológico não
avançaram, e está dependendo de novas reuniões para se alcançar algum Acordo.
Percebemos a contrariedade e resistência dos Prefeitos contra a proposta de se
definir um percentual a partir dos valores repassados para as Prefeituras para
serem aplicados em pequenos projetos nas aldeias. É provável que neste caso
também existem interesses políticos atuando nas sombras para direcionar ou
desviar esses recursos para outras finalidades, prejudicando as comunidades
Apinajé.
E por fim alguns
questionamentos, qual o problema dos Prefeitos aplicarem os recursos do ICMS - Ecológico
nas aldeias de forma planejada e organizada? Porque os Prefeitos não querem
definir um percentual dos valores que são repassados para pequenos projetos?
Porque a tentativa de retirar a FUNAI do Processo? Porque os Prefeitos se
recusam consultar os caciques e organizações indígenas no âmbito do ICMS -
Ecológico? Porque tantos interesses de mudar e alterar leis para dificultar a fiscalização
e acompanhamento pelas organizações indígenas?
Essa conduta
só contribui para gerar mais dúvidas e desconfianças sobre a transparência desse
Processo de aplicação e uso dos recursos do IMCS - Ecológico pelas Prefeituras.
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