CONGRESSO DOS 40 ANOS
DO CIMI:
“RAIZ, IDENTIDADE E
MISSÃO”
Nos dias 19 a 23 de novembro de 2012, estivemos
reunidos, cerca de 250 pessoas, em Luziânia-GO, no Congresso dos 40 anos do
CIMI-Conselho Indigenista Missionário.
Os participantes vindos de todas as regiões do País, missionários,
lideranças indígenas, representantes de organizações da sociedade civil e
outros convidados do Brasil e exterior, debatemos e refletimos sobre os temas
do congresso; “Raiz,Identidade e Missão”. Também fizemos uma breve memória do
contexto de criação do CIMI nos anos 70 e avaliamoso compromisso e a caminhada
da entidade, com os povos indígenas nesses 40 anos.
Os
Bispos, Padres e missionários afirmaram que o CIMI, (que é uma entidade
vinculada a CNBB-Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil) foi criado por
opção à causa dos povos indígenas, historicamente massacrados e ameaçados de
extermínio. Foram citadas algumas conquistas e lembrados momentos históricos como;
as realizações das primeiras assembléias indígenas e os enfrentamentos à
ditadura militar nos anos 70, o processo constituinte de 1988, a Marcha
Indígena em 2000 e o apoio e acompanhamento às lutas em buscas do resgate e
demarcações de terras indígenas, nos últimos 40 anos.
No dia 22/11/ 2012, no período da manhã, foram
prestadas justas homenagens à Dom Tomás Balduíno, Bispo emérito de Goiás e um
dos fundadores do CIMI, que também estava aniversariando, completando 90 anos
de vida. No momento ressaltamos e reafirmamos à importância do CIMI e da CPT,
para defesa dos direitos humanos e apoio as lutas dos povos indígenas,
quilombolas e camponeses, vítimas da exclusão social, escravidão e opressão.
Em 23/11, último dia do congresso, o Bispo do Xingú e
Presidente do CIMI, Dom Erwin Kräutler fez o lançamento do manifesto, Povos
Indígenas; aqueles que devem viver, ou manifesto contra o decreto de
extermínio. Fazendo a leitura de nota de
sua autoria,(ver pag.11 do manifesto) o bispo lembrou que, já 1973, o CIMI
publicou “Y-Juca-Pirama: o índio aquele que deve morrer”, documento que denuncia(va)
a política genocida do governo brasileiro na época. Na citada nota, Dom Erwin
continua;“Passadas quatro décadas da publicação daquele manifesto, muitas das
situações denunciadas ainda persistem, mas podemos afirmar com toda segurança
que os povos indígenas, graças à sua grande capacidade de resistência, luta e
organização, conseguiram expulsar – de uma vez por todas – a ameaça da
extinção. Motivado pela celebração dos seus 40 anos, o CIMI publica hoje esse
segundo manifesto no intuito de concretizar a profecia anunciada pelo Y-Juca
Pirama: Chegou o
momento de anunciar, na esperança, que aquele que deveria morrer é aquele que
deve viver”.
Luziânia-GO, 23 de novembro de
2012.
Associação
União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ
Organização indígena participante
Nenhum comentário:
Postar um comentário