VIATURA DA FUNAI, APREENDIDA NA ÁREA APINAJÉ
Viatura da FUNAI apreendida na aldeia Palmeiras, Terra Indígena Apinajé. (foto: Antônio Veríssimo. jul.2013)
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O FATO
Desde o dia 25 de junho de 2013, terça-feira,
que a viatura marca Ford, traçada 4X4, cor branca, placa MWP 0372, patrimônio
da Fundação Nacional do Índio-FUNAI, encontra se apreendida na aldeia
Palmeiras. No momento da apreensão o veículo que está lotado na FUNAI/CTL de
Tocantinópolis (TO), estava sendo conduzido pelo motorista (terceirizado) da
FUNAI, João Cícero Ambrósio dos Santos. No dia seguinte ao ocorrido, as
lideranças da aldeia Palmeiras comunicaram o fato ao senhor Bruno Aluísio
Braga, Coordenador Técnico Local da FUNAI/CTL de Tocantinópolis (TO) informando
que só entregarão o veículo com a presença do Coordenador da FUNAI/CRAT de
Palmas, Cleso Fernandes de Moraes. Passados mais de 20 dias, o Coordenador não
apareceu e o veículo continua apreendido naquela aldeia localizada aproximadamente a 58 km de
Tocantinópolis (TO), fato tem gerado divergências internas e reclamações de
outras comunidades Apinajé.
DESCRIÇÃO E CONTEXTO
Depois do confronto que aconteceu na
aldeia Buriti Cumprido, em 15 de dezembro de 2007, as famílias das aldeias
Buriti Cumprido, Cocalinho, Palmeiras e Patizal foram removidos pela FUNAI para
a aldeia São José. Depois de um ano do
ocorrido e morando na aldeia São José, em 2008, as lideranças se reuniram com o
senhor Cleso Fernandes de Moraes, então administrador da FUNAI/AER de Araguaína
(TO) e solicitaram apoio em transporte e segurança para voltar pra aldeia
Palmeiras. Na ocasião o Cleso prometeu
consertar uma viatura Toyota que pertencia ao Posto de Vigilância da FUNAI na
localidade Veredão, município de São Bento do Tocantins e deixar a citada
viatura com motorista para garantir o transporte e segurança pra famílias da aldeia Palmeiras.
Como não tiveram suas reivindicações atendidas, em setembro de
2011, por ocasião da 2ª Assembleia da Associação PEMPXÀ, que foi realizada na aldeia Patizal, durante conversa na aldeia Palmeiras as
lideranças cobraram cumprimento das promessas feitas em 2008. Em resposta o
Cleso informou que o conserto da Toyota ficaria muito caro, mas não apontou
nenhuma solução para atender as reivindicações apresentadas pela comunidade.
Cansados
de esperar por uma solução para suas demandas as famílias resolveram
apreender a viatura como forma de denunciar as precárias condições dos serviços
públicos que atendem as aldeias, um dos exemplos mais vergonhoso é a FUNAI/CTL de
Tocantinópolis, onde o sucateamento tem sido motivo de
inúmeras queixas e reclamações das comunidades. Entretanto os gestores da FUNAI
não tem demostrado nenhum interesse em
resolver esses problemas e melhorar a qualidade do atendimento.
Essas
reivindicações exigem atenção das autoridades, especialmente do senhor Cleso
Fernandes de Moraes, coordenador da FUNAI/CRAT de Palmas (TO). Informamos que a
apreensão da viatura foi uma decisão coletiva da comunidade, como forma de protestar e chamar atenção das autoridades
para o abandono e sofrimento das famílias. Nesse contexto avaliamos que essas aldeias mais
isoladas precisam prevenir a
possibilidade de uma emergência, ou situação de doenças repentina (e acidental) que podem acontecer a qualquer hora. Lembrando
também que não estamos sendo bem atendidos pelo Distrito Sanitário Especial
Indígena do Tocantins -DSEI-TO e Secretaria Especial de Saúde Indígena -SESAI, sendo que no momento o PBI de Tocantinópolis,
só dispõe de (01) uma viatura para atender mais (27) vinte e sete aldeias.
AS REIVINDICAÇÕES
As autoridades públicas tem a obrigação de
ouvir, conhecer e resolver nossas reivindicações. Diante dessa situação exigimos uma reunião
urgente na área Apinajé, com a presença do senhor Cleso Fernandes de Moraes, Coordenador
Regional da FUNAI/CRAT de Palmas (TO), para tratar da seguinte pauta:
a)
Resolver sobre a apreensão da viatura e atender as reivindicações
das famílias da aldeia Palmeiras;
b)
Tratar da volta das (15) quinze famílias, que
pretendemos voltar e morar na região da aldeia Cocalinho;
c)
Discutir sobre os equipamentos comprados pelo CESTE e a
vigilância desta TI.
Terra Indígena Apinajé,
18 de julho de 2013.
Associação União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ.
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