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23 de jan. de 2014

SAÚDE INDÍGENA



TRATAR SEM MEDICAR, SEJA SEU PRÓPRIO DOUTOR, CUIDE SE

Na aldeia Areia Branca local da Oficina. (foto Antônio Veríssimo. Jan. 2014)
        Na última terça-feira, 21/01/14, foi realizada pela Equipe Multidisciplinar de Saúde do PBI de Tocantinópolis (TO), palestra sobre cuidados e medidas preventivas que devemos adotar em nosso dia-a-dia para evitar as doenças. Participaram das apresentações, Agentes Indígena de Saúde-AIS, Agente Indígena de Saneamento-AISAN, Técnicos (as) de Enfermagem, uma Cirurgiã Dentista e um Médico. A conversa aconteceu na aldeia Areia Branca a 18 km de Tocantinópolis (TO).
        O Dr. Angel Remígio do Programa Mais Médicos, recomendou práticas corretas de higiene pessoal que devemos seguir para melhorar a nossa saúde e qualidade de vida. Dr. Angel também orientou os pais e mães sobre atenção e cuidados com as crianças recém-nascidas; Uma vez que as precárias condições sanitárias de algumas aldeias deixam as crianças mais enfraquecidas e vulneráveis às doenças, como diarreias, vômitos, pneumonias, micoses e verminoses. Afirmou.
Na plenária; os participantes da palestra. (foto: Antônio 
Veríssimo. Jan. 2014)
        Os Técnicos (as) de enfermagem alertaram sobre os riscos e perigos das Doenças Sexualmente Transmissíveis-DST/AIDS; sugerindo que os jovens, devem se preocupar e se cuidar melhor, usando corretamente os dispositivos de prevenção para se proteger. Foram apresentados slides mostrando o aspecto de pessoas atacadas por doenças transmitidas por animais domésticos e silvestres. Os Enfermeiros (as) destacaram casos de doenças graves, como o calazar, que pode ser tratado e a raiva canina, que não tem cura.
        Avaliamos essas palestras como positivas. E isso pode ser um importante passo da SESAI/PBI, rumo a um atendimento de Saúde Indígena adequado, digno e humano. Essas ações baseadas no diálogo livre, direto e esclarecedor envolvendo os Profissionais da Saúde e as comunidades são métodos dinâmicos de caráter preventivo, pedagógico e transformador e devem continuar; envolvendo também, a Educação Escolar Indígena.


Jovens são orientados sobre prevenção de DST/AIDS. 
(foto: Antônio Veríssimo. Jan. 2014)
       No entanto o Estado Brasileiro deve também fazer um esforço político no sentido de efetivar a implantação de estruturas de Saneamento Básico; ações indispensáveis para prevenção de doenças. Atualmente 70% das aldeias Apinajé não dispõem de Sistemas de Abastecimentos de Água.  E em 90% dessas comunidades não existem banheiros e esgoto sanitário.  Além desses indicadores negativos, a cada dia estamos sendo afetados gradativamente por lixos químicos e resíduos sólidos, que estão contaminando nosso solo, ar e água.   
       Atualmente, nossos jovens estão sendo induzidos pela mídia a consumir cada vez mais produtos cultivados com venenos e industrializados com conservantes químicos. Todavia não temos nenhuma política séria de Governo que garanta o apoio a nossa agricultura tradicional; agroecológica e orgânica. Entendemos que qualquer discussão sobre saúde deve se incluir também a questão da alimentação. As diferenças culturais não podem ser usadas como pretexto para discriminar e abandonar as minorias indígenas do Brasil.
       
Terra Indígena Apinajé, 23 de janeiro de 2013.



Associação União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ.

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