No posto de Saúde da aldeia São José, mulheres com crianças, esperando atendimento. (foto: Antônio Veríssimo. 2013). |
Depois de dois anos que a SESAI -Secretaria
Especial de Saúde Indígena, assumiu as responsabilidades com o
atendimento à saúde indígena, a situação que já era ruim, ficou
pior Denunciamos que o descaso, a omissão e a irresponsabilidade
dos gestores do PBI de Tocantinópolis-TO, da Chefe do DSEI –TO e
da SESAI, está comprometendo o atendimento da saúde da população
indígena Apinajé e colocando em riscos a vida dos pacientes. No
momento a situação nas aldeias é caótica, nos últimos cinco
dias, pelo menos trinta mães com seus filhos recém-nascidos tem
procurado diariamente o posto de saúde da aldeia São José, em
busca de atendimento. E dez crianças estão internadas no Hospital
Municipal José Sabóia em Tocantinópolis- TO e outras quatro foram
encaminhadas pra hospitais de Araguaína -TO, sendo que uma em estado
grave. A maioria dos casos são crianças na faixa etária de 0 a 3
anos, que estão apresentando sintomas de febres, gripes e doenças
respiratórias.
Nos postos de saúde das aldeias, estão faltando os remédios da
chamada “farmácia básica”, necessários para combater essas
viroses. À todo momento, chega um novo paciente das aldeias
vizinhas, precisando de cuidados médicos. Sem a presença do médico
da atenção básica para atender essas crianças, as mesmas precisam
ser encaminhadas pra serem medicados na cidade. Outro problema é a
falta de transportes, as duas viaturas da SESAI, lotadas no PBI de
Tocantinópolis -TO, há mais de dez dias estão quebradas. Sem
viaturas a chefia administrativa do PBI tem recorrido aos veículos da
FUNAI, para remover os pacientes das aldeias pra fazer tratamento no
hospital de Tocantinópolis -TO. Assim ela está jogando suas
responsabilidades aos outros órgãos públicos e aos próprios
pacientes. Algumas mães estão reclamando que quando receberam alta
do Hospital Municipal José Sabóia de Tocantinópolis, tiveram que
fretar veículos de particulares para voltar pra suas aldeias.
Crianças com problemas respiratórios. As condições de
atendimento são precárias. (foto: Antônio Veríssimo.2013)
|
Durante a 4ª Assembleia Geral da Associação União das Aldeias
Apinajé – PEMPXÀ, que aconteceu na aldeia
Palmeiras, nos dias 27, 28/02 e 1 e 2/03/2013, relatamos essa
situação ao Procurador do MPF- Ministério Público Federal, senhor
João Raphael Lima, solicitando providencias para melhoria do
atendimento saúde das aldeias Apinajé, que no momento sofrem com a
falta de médicos, remédios, transportes e comunicação.
Infelizmente a situação está piorando cada vez mas e até agora
nenhuma medida ou providencia foi tomada pelas autoridades
competentes.
É
preocupante a quantidade de crianças recém-nascidas, que todos os
dias buscam atendimento nos postos de saúde das aldeias, onde há
muitos meses não se vê um médico e estão faltando até
analgésicos. Algo precisa ser feito, pelos poderes públicos. É
inaceitável que essas crianças morram por falta de médicos,
remédios e transportes. E o pior, por negligência e omissão dos
gestores, que estão sendo bem pagos para responder por essas
demandas, que não estão acontecendo. Aí vem aquela pergunta, que
todos nós gostaríamos de fazer a esses “gestores” da saúde
indígena; Pra onde estão indo os recursos que o Governo Federal
(MS) libera todos os meses para pagar médicos, dentistas,
transportes e medicamentos?
Manifestações indígenas, no prédio do DSEI-TO, em Palmas -TO, em maio
de 2012, pela melhoria da saúde indígena. (foto: Antônio Veríssimo. 2012)
|
Outra denuncia é com relação a bomba d’água da aldeia
Mariazinha, que foi danificada há duas semanas e até o momento não
tivemos uma resposta dos responsáveis pelo conserto e manutenção
da mesma. Lembrando que no final do ano passado, essa mesma bomba
ficou mais de três meses no conserto e só foi arrumada quando a
comunidade da aldeia Mariazinha, apreendeu uma viatura da SESAI.
Durante as negociações para liberar a viatura, o senhor José
Ribeiro se comprometeu em comprar outra bomba reserva, mas isso não
foi cumprido e agora a comunidade continua sofrendo do mesmo jeito.
Associação
União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ.
Nenhum comentário:
Postar um comentário