Nós representantes de Movimentos Sociais, Camponeses, Acadêmicos, Professores, Organizações Indígenas, participantes do FÓRUM SOCIAL: DO ESTADO
QUE TEMOS AO ESTADO QUE QUEREMOS (5ªSSB) realizado nos dias 07 e 08
de junho de 2013, na Faculdade Católica Dom Orione (FCDO) em
Araguaína (TO), declaramos o nosso apoio à luta justa e incansável
dos povos indígenas e quilombolas do Brasil, que nesse momento
difícil estão sendo vitimas do abandono, descaso e omissão
governamental, situações de extrema gravidade que tem resultado em
suicídios de jovens, mortes por falta de atendimento à saúde,
ameaças, criminalização, prisões e assassinatos de lideranças em
conflitos pela terra. Nossa solidariedade humana especialmente aos
povos Terena (MS) e Munduruku (PA), que perderam seus valorosos
jovens e pais de família nessa guerra suja, desigual e injusta.
Denunciamos as grandes obras e projetos de hidroelétricas, soja,
cana e eucaliptos que estão sendo implantadas dentro e no entorno
das áreas indígenas e quilombolas de maneira irregular e sem
consulta essas comunidades, tais empreendimentos representam o
principal foco de conflitos entre as empresas e as comunidades
indígenas e quilombolas em todo o País. Repudiamos a judicialização
dos conflitos, a tendenciosa expedição de Mandatos Judiciais e o
uso desproporcional da força policial no cumprimento desses mandatos
de reintegração de posse dados em favor dos fazendeiros, grileiros
e políticos.
Apontamos as mais de 90 proposições que tramitam no Congresso
Nacional, entre elas a PEC 215, que propõe transferir para
legislativo o poder de demarcar terras indígenas. O PL1610 que
pretende promover um verdadeiro leilão das áreas indígenas para as
mineradoras. O PL 4740 que pretende permitir o arrendamento das
terras indígenas e quilombolas para o plantio de soja, cana e
eucaliptos e a Portaria 303 da AGU, como responsáveis pelo
acirramento dos confrontos e mortes nas áreas de conflitos. E
lamentamos a irresponsabilidade e a conivência do Governo Federal
que cede às pressões da bancada ruralista e do poder econômico em
detrimento ao direito à vida dessas minorias.
Responsabilizamos e culpamos diretamente o governo da presidenta
Dilma Rousseff por essa situação vergonhosa e exigimos uma solução
concreta para evitar que mais lideranças indígenas continuem sendo
ameaçadas, perseguidas e (ou) covardemente assassinadas nesses
conflitos (que os ruralistas estão chamando de guerra civil)
provocados por interesses das empresas, fazendeiros e políticos.
Os
participantes;
do
FÓRUM: DO ESTADO QUE TEMOS AO ESTADO QUE QUEREMOS.
Entidades
Signatárias:
- Faculltade Católica Dom Orione (FCDO)
- Conselho Indigenista Missionária - CIMI
- Comissão Pastoral da Terra - CPT
- Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco - MIQCB
- Alternativa p/ Pequena Agricultura no Tocantins -APATO
- Diocese de Tocantinópolis
- Associação Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio-ASMUBIP
- Federação Dos Trabalhadores Na Agricultura Do Estado Do Tocantins
- Pastoral Familiar da Diocese de Tocantinópolis
- Associação União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀAraguaína (TO), 08 de junho de 2013.
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