PREFEITURAS DE TOCANTINÓPOLIS, MAURILÂNDIA E CACHOEIRINHA SE REÚNEM COM CACIQUES PARA TRATAR DE ICMS-ECOLÓGICO
Reunião de caciques no auditório da UFT sobre ICMS-Ecológico. (foto: Antônio Veríssimo. Maio de 2015) |
No
último dia 06 de maio de 2015, foi realizada no auditório da UFT reunião para
tratar sobre o ICMS-Ecológico. O encontro foi uma iniciativa das Prefeituras de Tocantinópolis, Maurilândia e Cachoeirinha, em parceria com a FUNAI e contou com as
participações de caciques, professores e representantes das associações
indígenas. Presentes também o Técnico
Indigenista, Marcelo G. Brasil, representando a FUNAI, os secretários de Meio Ambiente de Tocantinópolis (TO), senhor Eudes Ribeiro e Emivaldo, os representantes das prefeituras de
Maurilândia, Donizete e de Cachoeirinha, João Batista.
• O
QUE É ICMS ECOLÓGICO?
O ICMS-Ecológico foi criado por Lei nº 1.323 aprovada
pela Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins, a Lei foi sancionada pelo
Governador José Wilson Siqueira Campos em 04 de abril de 2002 e posteriormente
regulamentada por Decreto nº 1.666, de 26 de dezembro de 2002. A resolução nº
40, de 27 de agosto de 2013, do Conselho Estadual do Meio Ambiente-COEMA, dispõe
sobre o Questionário de Avaliação Qualitativa do ICMS-Ecológico.
Os
municípios devem obedecer alguns critérios em relação à aplicação das parcelas
do ICMS-Ecológico que recebem. Pois trata se de recursos resultantes de
arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de
Serviços de Transporte Estadual, Intermunicipal e de Comunicação, que foram
calculados a partir de 2003, para incentivar os municípios na efetivação de
políticas locais de proteção e conservação do Meio Ambiente; incluindo as
terras indígenas.
No Estado
do Tocantins, os povos indígenas Apinajé, Carajá Xambioá, Krahô, Xerente, Krahô
Canela e Carajá que vivem nos municípios de Araguacema, Cachoeirinha, Formoso
do Araguaia, Goiatins, Itacajá, Lagoa da Confusão, Maurilândia do Tocantins,
Pedro Afonso, Pium, São Bento do Tocantins, Santa Fé do Araguaia e Tocantínia
são beneficiados pelo ICMS-Ecológico. A terra Apinajé abrange os municípios
Cachoeirinha, Maurilândia, São Bento do Tocantins e Tocantinópolis, no Norte do
Estado.
• O
ICMS ECOLÓGICO NA TERRA INDÍGENA APINAJÉ
Marcelo
G. Brasil Técnico Especializado da CTL/FUNAI de Tocantinópolis (TO), informou tratar
se de reunião de caráter informal com a finalidade de trazer esclarecimentos
para os caciques sobre o que significa ICMS-Ecológico e que projetos podem ser
apoiados com esses recursos. Marcelo disse que existe uma recomendação da
FUNAI/CR de Palmas (TO), sugerindo que os recursos não sejam repassados direto
para as associações indígenas. Porém
afirmou que em conformidade com as Leis as comunidades têm direitos de serem ouvidas consultadas e de participarem efetivamente de qualquer projeto que lhes dizem respeito. E citou as diretrizes e objetivos da Política Nacional de Gestão
Ambiental e Territorial de Terras Indígenas-PNGATI, que devem ser seguida pelas prefeituras.
Houve
um entendimento entre os participantes que as discussões sobre o ICMS-Ecológico
estão apenas começando e que as lideranças e as organizações do povo Apinajé precisam
ter maiores informações e esclarecimentos sobre o assunto; pois as maiorias
ainda não estão entendendo nada. O representante da prefeitura de Maurilândia, Donizete alertou que é importante esclarecer que o “assunto” dinheiro não é o foco
principal da questão; o dinheiro é apenas parte das soluções que buscamos para tratar
e tentar resolver os problemas ambientais dos municípios.
Em
suas falas as lideranças apontaram rumos e fizeram propostas que refletem as
necessidades das comunidades. O apoio aos Rituais da Cultura foi uma sugestão
da maioria dos que se manifestaram, entendendo que o Pátio, a Roça, o Lar e a Escola são
importantes espaços de formação e aprendizado. O cacique Emílio Dias Apinagé,
da aldeia Mariazinha, sugeriu também que os recursos do ICMS-Ecológico podem
ser aplicados em oficinas e palestras de Educação
Ambiental, Plantio de Sistemas Agroflorestais e Apoio às Associações Apinajé. As
lideranças cobraram efetiva participação na elaboração de propostas e na
execução dos projetos.
As lideranças destacaram a importância e necessidade da continuidade das ações de coleta de lixos que estão sendo realizadas nas aldeias pela prefeitura Municipal de Tocantinópolis (TO) desde 2013.
As lideranças destacaram a importância e necessidade da continuidade das ações de coleta de lixos que estão sendo realizadas nas aldeias pela prefeitura Municipal de Tocantinópolis (TO) desde 2013.
Terra Indígena Apinajé,. 08 de maio de
2015
Associação União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ
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