MULHERES APINAJÉ, KARAJÁ DE XAMBIOÁ, KRAHÔ, XERENTE E TAPUIA REALIZAM SEMINÁRIO NA TERRA INDÍGENA XERENTE
Lideranças participantes do Seminário de Mulheres na Terra Indígena Xerente. (foto: CIMI GO/TO. Agosto de 2015) |
Também, teve destaque no seminário
as ameaças constantes das inúmeras proposições legislativas que tramitam no
Congresso Nacional, que vem a acabar com os direitos constitucionais.
Expressaram que não vão deixar que os direitos garantidos na Constituição
Federal sejam rasgados e roubados pela bancada ruralista e seus aliados. Que
não vão permitir que seus territórios ancestrais sejam roubados novamente e que
não vão deixar que continue a destruição da Mãe Terra pela cobiça e ambição do
agronegócio, que não vão deixar que esse projeto de morte do MATOPIBA,
incentivado pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento destrua o
mais sagrado que Deus deixou para eles, a Mãe Terra.
Que vão continuar firmes na luta em
defesa da Terra que é sua Mãe, que dá sustento, que é para morar, fazer seus
rituais, caçar, pescar e viver em paz com a natureza. Que não vão aceitar que
esses projetos acabem com os rios que são o sangue que alimenta à Mãe Terra, e
não vão deixar construir nos seus territórios a hidrelétrica Serra Quebrada, UHE-Santa
Isabel, UHE-Perdida 2 e UHE-Rio Sono e nem deixar asfaltar as estradas nas
terras indígenas. Que vão lutar para que seja respeitado seu direito na
Constituição Federal e na Convenção 169 da Organização Internacional do
trabalho.
Isabel Xerente e Gercília Krahô, presentes no Seminário.
(foto: CIMI GO/TO. Agosto de 2015)
|
Pedem que sejam respeitados seus direitos originários e que aUnião faça
justiça aos primeiros habitantes do Brasil, que são o broto e semente da terra,
e reparem a dívida histórica que o país tem com os povos indígenas, demarcando
todas as terras indígenas, que sejam anulando todos os projetos de lei que
ferem e ameaçam sua vida eseus direitos e paralisados todos os projetos que
ameaçam os territórios indígenas.
CIMI Regional Goiás/Tocantins
DOCUMENTO FINAL DO SEMINÁRIO DE MULHERES INDÍGENAS
DOCUMENTO FINAL DO SEMINÁRIO DE MULHERES INDÍGENAS
Aldeia Nova Mrãiwahâ, 28
de agosto de 2015
Nós mulheres indígenas dos povos:
Apinajé, Krahô, Karajá Xambioá, Xerente e Tapuia, reunidas na aldeia Nova Mrãiwahâ
do povo Xerente realizamos o Seminário sobre o tema Territórios Indígena:
enfrentamento às leis que ameaçam os direitos constitucionais e ameaças das
mudanças climáticas. Pois a gente tá preocupada, porque existem muitos projeto
de leis que ameaçam o nosso direito e nosso território e querem é acabar com
nosso direito com nosso direito e território como:
A PEC 37, 215,237,038 e a
portaria 303 o PL 1610 e o PL 1216, esses projetos que atinge o artigo 231 e
232 e assim também estamos preocupados porque também tem grande projetos que
ameaçam nossos território e esses
projetos nós não aceitamos. Nós não aceitamos a Barragem da Serra Quebrada,
Santa Isabel, Perdida 2 e Rio Sono, e também não aceitamos o asfalto dentro do
nosso território Xerente, Apinajé e Krahô. E também estamos preocupados com os
projetos perto da nossa terra como as monocultura de cana, soja, eucalipto que provoca os desmatamento que estão
acabando com os nosso rios e provocando diminuição de água nas terras
indígenas, como por exemplo no povo Xerente que tem aldeias que estão ficando
sem água. Também denunciamos o uso de agrotóxico, que estão provocando as
doenças que não existiam antes.
Também denunciamos o projeto de
morte que é o MATOPIBA um projeto vai matar o nosso Cerrado, é um projeto que só
vai beneficiar o agronegócio e o latifúndio e as grande empresas. Também
estamos muito preocupados com a politica de Saúde indígena, que cada vez piora
nas nossa aldeias e ainda mais preocupa com projeto de terceirização da saúde
indígena que é o INSI, esse projeto não queremos porque prejudica a nossa Saúde
indígena.
Por tudo isso nos pedimos que a
PEC 215 que não seja aprovada, assim como também todos os projetos que tramita
no Congresso Nacional, também não queremos a terceirização da saúde indígena, não
queremos os asfalto nos nossos territórios e não queremos a construção de nenhuma
Barragem dentro do nosso território e também queremos que respeite os nossos
direitos que estão na Constituição.
Também queremos a revisão de
limite da terra do povo Apinajé e Tapuio. E os indígenas que estão sem terra é
para demarcar como o povo Avá- Canoeiro, Kanela do Tocantins e o Krahô Kanela e
principalmente o povo Guarani Kaiowá que está vivendo a beira da estrada, sofrendo
os ameaças dos fazendeiros e morrendo atropelado na beira da estrada e pela bala
dos pistoleiro.
Os povos indígenas sem a terra
não podem viver, porque são os povos originários do Brasil e éo broto da terra
e semente da terra e vamos continuar lutando e defendo nosso direito e os
direitos dos nossos filhos e netos, bisneto e até morrer.
Segue assinado pelos participantes.
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