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Na Praça da Bandeira em Araguaína -TO, Estudantes participam de mobilização no Dia Internacional da Água. (foto: Antonio Veríssimo. Março de 2016)
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Exposição e venda de produtos da Agricultura Familiar. (foto: Antonio Veríssimo. Março
de 2016) |
Na ocasião representantes dos povos
Apinajé, Krahô e Karajá Xambioá, Ribeirinhos, Quilombolas, Trabalhadores
Rurais, Estudantes e Professores em declarações manifestaram suas angústias e
preocupações com a violenta destruição do Bioma Cerrado para produção de grãos
para exportação. As lideranças denunciaram que as atividades promovidas pelo
agronegócio estão provocando fome, sede, escravidão, expulsão de trabalhadores
rurais e agravando os conflitos no campo.
Os povos repudiaram a implantação do Programa
MATOPIBA na região que abrange os Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e
Bahia. Este megaprojeto é uma imposição violenta das grandes empresas para
sufocar os pequenos agricultores familiares, povos indígenas e populações
quilombolas e conta com vultosos recursos do Governo Federal. Enquanto isso as aldeias
indígenas e as comunidades camponesas não recebem sequer a visita de um técnico
da EMATER ou do RURATINS para acompanhar e dar orientações à quem produz para
alimentar a população do campo e da cidade.
“Se o
campo não planta a cidade não come”. Os camponeses ressaltaram que 70% dos
produtos que alimentam as cidades vem da Agricultura Familiar e destacaram a
diversidade e a qualidade dos produtos orgânicos produzidos. Os trabalhadores
organizaram uma pequena feira com diversas espécies de macaxeiras, abóboras,
milho verde, bananas, feijão e outros produtos trazidos da roça e colocados à
venda no local. Essa iniciativa serviu também como intercâmbio e troca de experiências,
produtos e sementes.
Em
depoimentos os participantes alertaram que se o Cerrado não for protegido em
breve não teremos mais águas limpas para beber e banhar. O fato é que centenas
de nascentes e mananciais hídricos estão comprometidos e ameaçados pelo
desmatamento para implantação de carvoarias e plantio de eucaliptos, soja,
milho e cana. No entorno das T.Is. Apinajé e Karajá Xambioá algumas nascentes
já estão secas.
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Distribuição de Revistas e Jornais: a informação que liberta. (foto: Antonio
Veríssimo. Março de 2016)
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Sabemos
também que essa classe política sempre estiveram a serviço das grandes empresas do
agronegócio como a Monsanto, Basf, Bayer, Bunge, Dow, Dupont e Syngenta. Essas
empresas sempre dominaram a fabricação e o comercio de sementes transgênicas,
de venenos, (pesticidas) e adubos químicos em todo o Mundo e agora estão invadindo,
grilando e roubando as terras do Cerrado para o plantio e produção de grãos em
larga escala. São esses políticos que inventaram o MATOPIBA e agora estão entregando
o Cerrado para as transnacionais.
Por
essa razão os ruralistas são inimigos declarados dos povos indígenas, das populações
quilombolas e dos agricultores familiares brasileiros. Movidos pela ganancia cega
e pela fome de lucros sem limites esse bando está sempre em guerra contra a
natureza, não respeitam as leis e violentam os direitos das populações mais
empobrecidas, desinformadas e isoladas do Brasil. A saúde da população e do meio
ambiente também é coisa ignorada desrespeitada pelos ruralistas.
O evento também teve muita mística e cantorias indígenas, essa parte foi conduzida e ficou por conta do povo Krahô, que sempre anima os eventos com maracás e cantos que dialogam com a natureza trazendo sempre muita força e energia positiva para nossos encontros e reuniões. Seja nas praças, nas ruas, nas escolas, nos sindicatos, nas aldeias, nas cidades ou nas estradas, esperamos em breve nos encontrar novamente na luta em Defesa das Águas e da Vida em todas as suas dimensões.
O evento também teve muita mística e cantorias indígenas, essa parte foi conduzida e ficou por conta do povo Krahô, que sempre anima os eventos com maracás e cantos que dialogam com a natureza trazendo sempre muita força e energia positiva para nossos encontros e reuniões. Seja nas praças, nas ruas, nas escolas, nos sindicatos, nas aldeias, nas cidades ou nas estradas, esperamos em breve nos encontrar novamente na luta em Defesa das Águas e da Vida em todas as suas dimensões.
Terra Indígena Apinajé, 29 de março de 2016
Associação União das Aldeias Apinajé-Pempxà