NÃO AO GOLPE; NENHUM DIREITO A MENOS!
Na aldeia Prata, caciques e lideranças Apinajé, participantes da reunião. (foto: LaudovinaPereira/CIMI. Maio de 2017 |
Nós caciques e lideranças Apinajé, incluindo
jovens estudantes, professores, conselheiros, mulheres e idosos reunidos nos
dias 02, 03 e 04 de maio de 2017 na aldeia Prata, T.I. Apinajé no município de
Tocantinópolis – TO no Norte de Tocantins, somando mais de 100 pessoas viemos a
público manifestar contra qualquer reforma e retrocesso conduzidos pelo governo
Michel Temer que estejam comprometendo nossas conquistas e ameaçando nossos
direitos sociais, ambientais e territoriais garantidos na Constituição Federal
do Brasil.
Consideramos que esse
governo, junto com a maioria dos parlamentares do Senado e da Câmara e parte do
Judiciário têm atuado de forma agressiva para retirar nossos direitos
constitucionais. Nos últimos anos estamos sendo violentamente ignorados e
agredidos por setores empresarias e políticos articulados dentro dos três
poderes da Republica.
Debate sobre as PECs que tramitam no Congresso Nacional. (foto: Laudovina Pereira. CIMI/GOTO. Maio de 2017) |
Com a finalidade de roubar nossos
territórios, esses parlamentares tentam de todos as formas alterar a Constituição
Federal e assim legalizar o genocídio e extermínio dos povos indígenas através
de propostas como as PEC 215/2000 que propõe transferir para o Congresso Nacional
as prerrogativas de demarcação de terras indígenas, a PEC 237/2013 que propõe
liberar as Terras Indígenas para o arredamento, o PL 1610 da mineração e o PLP
227/2012, cria Lei Complementar que autoriza implantação de grandes projetos
dentro das terras indígenas.
É inaceitável que governo Michel Temer
de forma intencional e abusiva ainda mantenha o Deputado Osmar Serraglio um
ruralista radical, hostil e agressivo no Ministério da Justiça - MJ no qual a
FUNAI está vinculada. Ressaltamos que esse ruralista tem lado e sempre tem atuado de
forma intensiva contra os direitos dos indígenas no Brasil, sendo ainda autor e
principal articulador da PEC 215/2000 no Congresso Nacional.
Assim atendendo as ordens da bancada
ruralista, o governo Michel Temer tende a desmontar e esvaziar totalmente a
Fundação Nacional do Índio - FUNAI, de tal modo que nas últimas semanas foram
extintas 51 Coordenações Técnicas Locais -CTLs em todo o País, e servidores
estão sendo exonerados.
Essa postura do governo brasileiro com
relação aos povos indígenas é um presente a determinados grupos do agronegócio,
dispostos a recorrer às praticas de constrangimentos, ameaças, intimidações e
violência extrema, que podem resultar e assassinatos, como as ações que
ocorreram na última semana contra o povo Gamela no Estado Maranhão. Assim de forma
sutil e indireta esse governo repassa seu recado para os indígenas e
quilombolas do Brasil. Considerando que em 2015, 137 lideranças indígenas foram
assassinadas em conflitos pela terra no País.
Repudiamos essa campanha do
ódio perpetrada por determinados setores políticos e empresariais cuja
finalidade é se apropriar das terras indígenas com apoio do governo, do
Congresso e parte do Judiciário. Não concordamos que tantos retrocessos,
violações de direitos e insegurança jurídica motivada pela ganância, prepotência
e intolerância venham causar mais transtornos, instabilidades e prejuízos à
vida das presentes e futuras gerações.
Na aldeia Prata, lideranças Apinajé, acompanham com atenção os debates. (foto: Laudovina Pereira/CIMI. Maio de 2017)
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É inaceitável que
autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário que poderiam zelar
pela ordem, a paz e a segurança de nossa população, estejam utilizando se de
suas influencias, poderes e da maquina estatal para promover a violência, a opressão
e o terrorismo institucional contra comunidades indígenas minoritárias e
vulneráveis.
Entendemos que essa atitude
(opção) política do governo brasileiro está contrariando a Convenção 169 da OIT
e a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, acordos dos quais
o país é signatário. A própria Constituição Federal do Brasil está sendo descumprida
e afrontada. Portanto é necessário que também a opinião pública nacional e
internacional (juristas, artistas, jornalistas, ambientalistas, ativistas dos Direitos
Humanos e a imprensa independente) intensifiquem campanhas contra essa situação que ocorre no Brasil.
Diante do exposto requeremos
da Organização dos Estados Americanos - OEA, da Organização Internacional do
Trabalho - OIT e da própria Organização das Nações Unidas - ONU medidas
cabíveis no sentido de questionar judicialmente o governo brasileiro para que o
mesmo observe as recomendações e cumpra os acordos e tratados internacionais
ratificados pelo Brasil. É fundamental ainda que o governo brasileiro respeite
os Art. 231 e 232 da Constituição Federal, dando condições para a FUNAI demarcar,
proteger e garantir as terras indígenas e assim fazer cessar a onda de violências
contra nossos povos no país.
Terra
Indígena Apinajé, 04 de maio de 2017.
Associação União das AldeiasApinajé-Pempxà
Esse dia foi maravilhoso de esta por dentro do assunto dos povos indígenas Apinayé realmente de que qui passamos dentro da sociedade não indígenas e sim no meio social etc.
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