CIMI, Cáritas e Prefeituras apoiam pequenos projetos
Agroecológicos em aldeias na TI Apinajé
Em 2018 um
projeto da Cáritas Brasileira apoiou a implantação de uma roça de mandioca,
macaxeira e milho na aldeia Cocalinho. O projeto de roça tradicional também teve apoio do Conselho
Indigenista Missionário-CIMI, Regional GOTO. Esse projeto visa ajudar na
afirmação e segurança alimentar das famílias indígenas que encontram se nesta
aldeia Apinajé, localizada na zona rural do município de Cachoeirinha, no Norte
de Tocantins.
O Conselho
Indigenista Missionário- CIMI, regional Goiás e Tocantins, outra entidade
vinculada a CNBB vem apoiando ainda outros projetos de apoio a segurança
alimentar na Terra Indígena Apinajé. Neste mês de setembro uma pequena ‘Casa de
Farinha’ artesanal está sendo concluída na aldeia Cocalinho. A implantação
desse projeto teve início em julho de deste ano. Esse pequeno Projeto é
importante pra melhorar e facilitar o processo de fabricação de farinha de
mandioca e extração do polvilho, (tapioca) itens fundamentais e básicos na
alimentação das comunidades indígenas.
Neste ano de
2019, a Cáritas Brasileiras ainda está apoiando a implantação de uma ‘Casa de
Sementes Crioulas’ na aldeia Cocalinho. A implantação desse projeto está em
andamento, e sua conclusão prevista para novembro de 2019. A ‘Casa de Sementes’
da aldeia Cocalinho será local de seleção, guarda e conservação de sementes
crioulas cultivadas pelo povo Apinajé. Mas os pequenos agricultores familiares
(não-índios) da região também serão beneficiados e são parceiros importantes desse
projeto. Essa ‘Casa de Sementes’ da aldeia Cocalinho ainda poderá ser
referência na coleta, seleção e guarda de sementes das espécies de árvores dos Biomas
Cerrado e Amazônia em riscos de extinção por atividades do desmatamentos e
incêndios florestais que ocorrem todos os anos nessa região.
Durante Reunião
realizada na aldeia São José, no município de Tocantinópolis nos dias 25 e 26
de abril de 2019, para debater propostas e aprovar Plano de Trabalho das
Prefeituras para o ICMS –Ecológico de 2019, com presenças dos caciques e
lideranças, de representantes das Prefeituras de Tocantinópolis, Maurilândia,
São Bento do Tocantins e Cachoeirinha, dos servidores da FUNAI de Palmas e
Tocantinópolis, na ocasião foi pautado, debatido e aprovado apoio financeiro da
Prefeitura de São Bento do Tocantins para conclusão desse projeto de ‘Casa de
Sementes’ na aldeia Cocalinho. A comunidade ainda aguarda a efetivação dessa
contribuição da Prefeitura para conclusão do Projeto.
Lembrando
que no contexto atual, estamos sofrendo fortes impactos e consequências de
desmatamentos, plantações de eucaliptos, incêndios florestais, agrotóxicos e
carvoarias implantadas próximos e no entorno da TI Apinajé, e como
consequências as nascentes de águas e ribeirões estão sendo assoreadas, envenenadas
e secas por essas atividades do agronegócio. Esse projeto ainda será importante
para produção de mudas de espécies nativas do Cerrado e Amazônia, que poderão ser
aproveitadas para reflorestamento e recuperação das nascentes, áreas de florestas
degradadas por incêndios, desmatamentos e (outras) áreas esgotadas por
atividades agrícolas.
O povo
Apinajé, especialmente as famílias da aldeia Cocalinho agradecemos os parceiros
e demais envolvidos na implantação e desenvolvimento desses projetos
importantes e necessários para nossas famílias. Lembrando que essas são
iniciativas e propostas de nossas próprias comunidades. Em tempos de “crises e
dificuldades” criadas por governos, o apoio dessas entidades da Sociedade Civil
Organizada são fundamentais para o desenvolvimento social, afirmação
sociocultural e garantir a segurança alimentar e nutricional dos povos
indígenas.
Terra Indígena Apinajé, 20 de setembro de 2019
Associação União das Aldeias Apinajé-Pempxà
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