Ações de gestão e Monitoramento Ambiental da TI. Apinajé
Atividades de coleta de bacuri na região do Cocalinho. (foto: Pempxà. Jan. 2018) |
A ação incendiária e criminosa na aldeia
Cocalinho levou o MPF-TO a mover Ação em favor dos indígenas que reclamaram a
perda de utensílios domésticos, documentos e roupas. Em 2011, a Justiça Federal
condenou a prefeitura de Cachoeirinha ao pagamento por danos materiais a
quantia de cem mil reais às famílias das aldeias Buriti Comprido e Cocalinho que
tiveram suas casas queimadas em consequência do conflito.
Entretanto, até hoje as famílias se queixam de
prejuízos sentimental e espiritual, pois além das perdas materiais, ocorreu
ainda a separação violenta e afastamento do lugar onde moravam, que foram
forçados abandonar de forma repentina por causa do ataque. Na ocasião cemitérios
e roças também foram abandonados pelas famílias.
Indígenas mobilizados na aldeia Cocalinho. (foto: Pempxà. Jan. 2018) |
Dez anos já se passaram e as aldeias Buriti
Comprido e Cocalinho localizadas na citada área de conflito continuam
desativadas. No final de 2017 e início de 2018 homens da região da aldeia São
José, retornaram à região da aldeia Cocalinho, Buriti Comprido e Veredão com a
finalidade de efetivar ações de Vigilância e Monitoramento Ambiental dessa
parte do território. Essas ações estão sendo estendidas ao Pontal, aldeia Barra
do Dia, margeando o Rio Tocantins até o limite Sul do território indígena.
A presença dos guerreiros Apinajé nessas áreas
citadas tem por finalidade ainda acompanhar as dezenas de famílias Apinajé de
várias aldeias, que no momento se encontram na área realizando coleta de bacuri,
pescarias e caçadas. Os indígenas permanecerão na referida região por tempo
indeterminado. Agentes e funcionários da FUNAI também estão acompanhando as
ações.
Essas ações de Vigilância e Monitoramento Ambiental
do território Apinajé, estão sendo implementadas pela Associação Pempxà por
meio do Programa Básico Ambiental-PBA Timbira, (Consórcio CESTE), e com apoio da prefeitura de São Bento do Tocantins, através
do ICMS-Ecológico.
Para facilitar as ações de Vigilância e Monitoramento Ambiental, estão sendo encaminhados ofícios para as prefeituras
de Tocantinópolis, São Bento do Tocantins e Cachoeirinha solicitando
recuperação de trechos da estrada vicinal (antiga BR 230) acesso ao Posto de
Vigilância Veredão e aldeia Cocalinho e, ainda a construção de uma ponte sobre
o Ribeirão dos Caboclos.
A chefia do Polo Base Indígena-PBI/SESAI de Tocantinópolis-TO, Cimei Gomes de Sousa, responsável pelo atendimento à Saúde Indígena também está sendo notificada sobre a mobilização dos Apinajé envolvidos nas atividades de coleta e nas Ações de Vigilância e Monitoramento Ambiental da TI. Apinajé. Por ofício a Associação Pempxà solicita atenção do MS/SESAI para atendimento dos indígenas que no momento encontram se na região do Cocalinho.
Terra Indígena Apinajé, 05 de janeiro de 2018
Associação União das Aldeias Apinajé-Pempxà
Nenhum comentário:
Postar um comentário