CARTA DO POVO XERENTE PARA OS APINAJÉ
Encontro de Mulheres Xerente na aldeia Nova - Mrãiwahâ (foto: CIMI. Junho de 2015) |
Olá Apinajé, nós Xerente estamos em reunião
de encontro de mulheres e estão presentes conosco, os jovens e também caciques.
Estamos na aldeia Nova, Mrãiwahâ, e os representantes da Bela Vista, Aldeia
Nova Mrãiwahâ, aldeia Traíra, Mirasol, Aldeia
Mato do Coco, aldeia Zé Brito, Aldeia Bruprê, Aldeia Sitio Novo, Aldeia Karehu,
Aldeia Salto, Aldeia São José.
Nós estamos discutindo sobre as leis que foi
aprovada, a Constituição, principalmente os artigo, que fala e defende nossos
direitos, nossa cultura e nossos territórios, que são os artigos, 231 e 232.
Estes artigos estão sendo ameaçados pelos
deputados e pelos senadores no Congresso Nacional, através das bancadas
ruralistas, evangélica e dos militares, através de leis que ameaçam os nossos
direitos, principalmente a PEC 215. Que prejudica a demarcação dos territórios
indígenas.
Também estamos discutindo o problema de saúde
indígena, para cobrar melhoria do atendimento das aldeias e do DSEI-TO.
Nós ficamos sabendo da luta de vocês pelo seu
território, com o desmatamento, nós gostamos muito pela a manifestação que
vocês fizeram, nós Xerente apoiamos vocês e se vocês precisarem de ajuda, nos
vamos ajuda vocês. Porque a luta de vocês é pelo direito de vocês.
Mulheres Xerente reunidas. (foto: CIMI. Junho de 2015) |
E nós
Xerente queremos dizer a vocês que não tenha medo de ameaças dos fazendeiros,
pois vocês estão certo pela luta que vocês estão fazendo e seus direitos.
Pois sem território nos indígena, nos não
temos vida, não tem cultura e não temos a respiração sem ter seu próprio
território. Porque sem território como vamos plantar mandioca, arroz, milho,
banana, feijão, abóbora, para sustentar os nossos filhos e netos.
Por isso pedimos que devolve logo o
território para os Apinajé. Porque o território é deles e que a FUNAI demarque
a área que ficou de fora que está nas mãos de invasores e pedimos para FUNAI,
IBAMA, NATURANTINS e MPF, que pare com o desmatamento.
Porque se não demarcar logo, nos indígena,
vamos se reunir todos para luta e demarcar as terras dos povos que estão fora
dos seus territórios.
E pedimos também a nosso Waptokwazaure (Deus
na língua Akwe) que ajude vocês a ficar forte, firmes que não desanimem na luta, sigam em frente sem medo.
Aldeia Nova – Mrãiwahâ
Data, 06 de junho de 2015.
Agradecemos a carta de apoio e solidariedade de nossos irmãos (as) e companheiros (as), especialmente as guerreiras mulheres Xerentes. Diante de nossas lutas e mobilizações esse apoio nos anima e nos fortalece. Obrigado companheiros (as) sabemos que podemos sempre contar com vocês.
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