FUNAI NÃO PROTEGE AS
TERRAS INDÍGENAS E INVASORES CONTINUAM LIVRES EXPLORANDO E ROUBANDO DE FORMA
SISTEMÁTICA MADEIRAS DENTRO DA TERRA APINAJÉ
Após terem recebido informações da
ocorrência de exploração ilegal de madeiras na região do Pontal no extremo Norte
da Terra Apinajé, no município de Maurilândia (TO). Na última sexta-feira
02/07/15, lideranças Apinajé acompanhadas de servidores da FUNAI/CTL de
Tocantinópolis (TO) se deslocaram até o local indicado onde confirmaram a
existência de árvores derrubadas e serradas prontas para serem transportadas
para cidade.
Esses
crimes ambientais são recorrentes e constantes. Apesar de inúmeros documentos
denunciando o corte e exploração ilegal de madeiras terem sido encaminhados aos
órgãos competentes responsáveis pela Fiscalização e Proteção do Território
Apinajé, nos últimos anos somente algumas ações isoladas foram realizadas pela Fundação
Nacional do Índio-FUNAI e Polícia Rodoviária Ambiental do Tocantins-CIPRA, no
entanto não temos notícias de algum resultado concreto e/ou de alguém que tenha sido
efetivamente autuado e punido conforme a Lei.
A
falta de atuação firme, rigorosa e permanente da FUNAI e dos demais Agentes do
Estado, permite que esses invasores continuem livres para agir de maneira
deliberada e impune. Sendo que a lentidão e morosidade dos órgãos públicos
responsáveis pela Proteção do Território Apinajé, também contribui diretamente para
que esses delitos continuem ocorrendo de forma repetitiva, sem que nenhum
suspeito seja investigado, responsabilizado e preso.
Esse
é apenas um dos casos que conseguimos monitorar e tomar conhecimento. A
realidade é bem mais complexa. É provável que todos os dias e noites em alguma
parte do território estejam ocorrendo invasões de caçadores, pescadores,
coletores de frutas nativas e exploradores de madeiras, mesmo assim a FUNAI, o MPF e a Polícia Ambiental são incapazes de investigar e apurar quem são os autores desses crimes ambientais.
Nessa
época de estiagem, para burlar e confundir as Equipes de Monitoramento
Territorial esses delinquentes queimam de forma intencional os campos e as matas
para apagar vestígios e ofuscar sinais dos crimes cometidos. Existem também
alguns que de maneira irresponsável e inconsciente insistem em continuar manejando
de forma incorreta o fogo, utilizando se de práticas equivocadas que consequentemente
implicam em sérios danos à saúde humana e ao meio ambiente causando irreparáveis prejuízos
matériais a toda população indígena e não-indígena da região.
Essa
também é uma forma irracional e traiçoeira que esses criminosos inventaram para dificultar
e desacreditar o trabalho dos jovens Brigadistas Apinajé, que pelo segundo ano consecutivo
atuarão na prevenção e combate às queimadas nesta terra indígena.
Doravante estaremos
alertas e vigilantes conscientizando nossa população e cobrando providências da
FUNAI, do IBAMA, MPF-AGA e da Polícia Rodoviária Ambiental do Tocantins-CIPRA
visando à efetivação da fiscalização para prevenção desses ilícitos. Cabendo ao
MPF, às autoridades policiais e judiciárias a apuração desses crimes ambientais
e a exemplar punição dos responsáveis; sejam índios ou não-índios.
Terra
Apinajé, 06 de julho de 2015
Associação
União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ
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