Embaixador de Luxemburgo visita T.I. Xerente, é recebido e homenageado por lideranças Xerente, Krahô e Apinajé.
Conforme estava previsto, no dia 13 de junho
de 2018, pela manhã embarcamos numa van fretada, com destino a T.I. Xerente,
localizada à 380 km da T.I. Apinajé. No início da tarde nossa comissão Apinajé se
juntou aos Krahô, na cidade de Itacajá-TO, distante aproximadamente 230 km da
aldeia São José, nosso destino final.
Nossa chegada à aldeia São José na T.I.
Xerente ocorreu no final da tarde, aonde fomos recebidos pelo cacique Bonfim,
sua esposa Selma Xerente e demais lideranças daquele povo anfitrião que nos
acolheram muito bem.
Na manhã de quarta-feira, dia 14/06/18, enquanto
as lideranças Xerente cuidavam dos preparativos para receber o Embaixador de
Luxemburgo e o representante da Partage, Patrick Godar, as lideranças Apinajé e
Krahô conversavam de maneira informal com amigos e parentes que se encontravam
naquela aldeia. No período da tarde assistiram cerimonial de nomeação e danças
tradicionais do povo Xerente.
A chegada do Embaixador e Patrick Godar à
aldeia São José ocorreu na manhã de sexta-feira, 15/06. Os dois vieram
acompanhados por Missionárias (os) e Coordenadoras do CIMI GO/TO, os visitante foram imediatamente recebidos
por lideranças indígenas na entrada da aldeia, conduzidos a um
local de reuniões, aonde receberam formalmente cumprimentos e homenagens das lideranças Xerente,
Krahô e Apinajé.
Os Xerente ainda apresentaram alguns
cerimoniais de sua cultura e ofereceram presentes aos homenageados. Os visitantes
também assistiram cantorias e danças tradicionais apresentadas pelos povos
Krahô e Apinajé.
No final da tarde, os anciãos e conselheiros Xerente
relataram aos visitantes as graves ameaças e impactos socioambientais que
estão sofrendo. Manifestaram preocupação com grandes empreendimentos do agronegócio implantados próximo à seu território e aldeias. Os Xerente denunciaram que vivem cada vez mais cercados e pressionados
pela soja, cana e outros projetos do agronegócio.
As lideranças denunciaram ainda as deficiências de atendimento à saúde, e se queixaram da política indigenista de seguidos governos, que tem levado ao sucateamento e abandono da FUNAI, órgão responsável pela proteção das Terras Indígenas.
As lideranças denunciaram ainda as deficiências de atendimento à saúde, e se queixaram da política indigenista de seguidos governos, que tem levado ao sucateamento e abandono da FUNAI, órgão responsável pela proteção das Terras Indígenas.
As lideranças indígenas Apinajé e Krahô também denunciaram que
a pressão do agronegócio sobre as terras indígenas tem agravado a crise hídrica
e gerado graves impactos socioambientais prejudicando os
territórios indígenas, quilombolas e assentamentos de camponeses, e
responsabilizaram o governo brasileiro como principal culpado por esses conflitos.
Patrick Godar, representante da Partage,
afirmou que os povos indígenas, não podem desanimar e devem continuar unidos e
organizados na luta por seus direitos. Disse que seu país (Luxemburgo) tem se
comprometido e assumido a causa indígena e das minorias e lembrou que seu país
recentemente ratificou a Convenção 169 da OIT – Tratado Internacional que
garante os direitos dos povos indígenas no mundo.
Aldeia São José T.I. Xerente, 15 de junho de 2018
Associação União das Aldeias Apinajé-Pempxà
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