12 de out. de 2022

MEIO AMBIENTE

Prefeitura de Cachoeirinha através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil realizaram nesse início de outubro Ações Preventivas contra incêndios florestais no território Apinajé

 


Nesta terça-feira, 11 de outubro de 2022, a Prefeitura de Cachoeirinha, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil realizaram ações de Prevenção contra incêndios florestais no território Apinajé. Foi utilizado um trator para fazer aceiros preventivos com finalidades de proteger as matas ciliares e nascentes do Ribeirão dos Caboclos e Ribeirão São Bento que abastecem as aldeias Cocalinho, Mata Verde e os vizinhos não-índios que moram às margens desses Ribeirões na linha de divisa com a terra indígena.

 

Essas Ações realizadas pela Prefeitura Municipal de Cachoeirinha no âmbito das Políticas do ICMS Ecológico, são fundamentais e necessárias para proteger as áreas de florestas, nascentes e a biodiversidade da fauna e flora do Cerrado nesta terra indígena. A proteção e defesa das florestas que ainda existem neste território depende muito dessas Ações planejadas e executas de forma antecipada e preventiva para evitar que esse patrimônio seja destruído pelo fogo.


 

Os aceiros ou ramais no entorno dessas áreas de florestas e nascentes também facilitam as Ações de aplicação do Manejo Integrado do Fogo-MIF, permitindo e facilitando a mobilidade dos Brigadistas, quando estão em campo combatendo possíveis focos de incêndios. A comunidade indígena também se beneficia utilizando esses ramais para fazer a coleta de frutas, caçar, pescar, pegar lenhas, remédios e realizar monitoramento territorial.   

 

No período crítico de julho a setembro os incêndios florestais descontrolados tem potencial para ameaçar e destruir áreas de campos, florestas, roças, pastagens, cercas, aldeias e cidades. Os incêndios também podem danificar redes de energia elétrica e dificultar o transito nas rodovias. No período das queimadas ocorrem muitos casos de doenças respiratórias. A fumaça inalada pelas pessoas, pode causar pneumonia, dores de cabeça, febre, enjoo, fadiga e cansaço. As Unidades Hospitalares de nossa região costuma ficar lotadas de pacientes com esses sintomas nesse período.
    

Diante dessa situação emergencial, precisamos nos preparar e nos organizar junto com esses órgãos públicos para proteger e defender nossas florestais, águas e frutas nativas que representam importante fonte de geração de renda. Determinadas áreas de florestas aonde ocorrem a reprodução animal também devem ser resguardadas e protegidas dos incêndios florestais.


 

Este ano no período entre final de agosto e início de setembro incêndios fora de controle destruíram extensas áreas de campos, (florestas) e algumas nascentes formadoras do Ribeirão Botica e Ribeirão Grande localizadas entre os municípios de Maurilandia e Tocantinópolis. Após intensa mobilização e enfrentando dificuldades logística os Brigadistas indígenas do IBAMA/Prev-Fogo conseguiram controlar o fogo, mas o estrago e o prejuízo já estava feito. 

 

Esses danos ambientais e patrimoniais no território poderiam ter sido evitados se houvesse mais interesse, planejamento e vontade política dos gestores dos municípios de Tocantinópolis, Maurilândia e São Bento do Tocantins, que a partir de conversas e entendimentos com as comunidades Apinajé poderiam planejar, organizar e executar Ações preventivas de proteção ambiental na área indígena. Atualmente não existe sequer diálogo com os Prefeitos desses municípios neste sentido.

 

Mas, as Prefeituras também podem criar suas próprias Brigadas Municipais, para atuarem na prevenção e combate ao fogo. O ideal é que as Ações devam acontecer em parceria e colaboração com a FUNAI, IBAMA Prev-Fogo e demais órgãos que atuam na terra indígena. Ações conjuntas tem mais chances de êxito. A ideia das Brigadas voluntárias criadas e mantidas pelas próprias comunidades podem somar na prevenção e conscientização contra os incêndios. As Brigadas voluntárias podem ser também uma força auxiliar importante no diálogo com as comunidades.

 

 

Terra Indígena Apinajé, 12 de outubro de 2022

 

Associação União das Aldeias Apinajé-Pempxà

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